PREVI realiza 11º Encontro de Conselheiros
O perfil inovador e as atitudes sustentáveis permearam os debates durante os três dias do evento
Empreendedorismo e sustentabilidade. Como aliar atitudes sustentáveis à gestão das empresas e às práticas de mercado? Esses foram os temas centrais do 11º Encontro de Conselheiros da PREVI, que aconteceu de 16 a 18 de junho, na Costa do Sauípe, na Bahia, e reuniu cerca de 200 participantes. Alinhado com o tema, foi feita a neutralização dos gases causadores de efeito estufa do evento, com o plantio de 149 árvores em áreas de preservação ambiental de Mata Atlântica nativa, localizada dentro do empreendimento.
Na abertura, o presidente da PREVI, Ricardo Flores, reforçou a ideia de que é impossível dissociar a sustentabilidade da gestão empresarial. "Tanto o empreendedorismo como a sustentabilidade são fortemente ligados à natureza do negócio da PREVI, compatível com o pensamento de longo prazo. Por meio de seus investimentos, a PREVI acredita e apoia o crescimento de diversas empresas que têm contribuído de forma decisiva para a economia nacional", observou Flores. O presidente ressaltou ainda a convicção de que o encontro contribuirá para a formação e o intercâmbio de experiências, possibilitando que o trabalho dos conselheiros nas empresas seja mais eficaz.
A seguir, você encontra uma síntese das principais ideias apresentadas no Encontro.
Gestão socialmente responsável
A questão social e ambiental são variáveis que implicam diretamente na economia e impactam nas tomadas de decisões dos gestores. No painel sobre "Gestão socialmente responsável e as possibilidades de contribuição à sustentabilidade", o sócio-diretor da Damicos, Fábio Rocha, foi enfático ao assegurar que não dá mais para pensar que a sustentabilidade é um modismo. "Ela veio para ficar. Independe da sensibilidade dos gestores aos problemas sociais e ambientais, as organizações precisam estar preparadas para responder a esse desequilíbrio. E isso significa que as pessoas precisam estar preparadas", disse. Um novo modelo de desenvolvimento está sendo imposto: considerar o meio ambiente como variável de sucesso da empresa. Nesse sentido, alertou Rocha, é preciso estar claro que o meio ambiente não vai impedir o crescimento e, sim, a ideia do crescimento tem que partir do meio ambiente. E sugeriu que executivos que antes eram remunerados por metas econômicas, hoje, sejam remunerados, também, por cumprirem metas sociais e ambientais.
Empreendedorismo e sustentabilidade
O gerente geral da Unidade de Desenvolvimento Sustentável do Banco do Brasil, Rodrigo Nogueira, associou a questão climática ao consumo, e destacou fatores como o crescimento da população, melhoria
do saneamento básico, elevada taxa de natalidade, aumento da expectativa de vida e inclusão da população de baixa renda. "Com base no cálculo da Pegada Ecológica, que compara o consumo baseado na renda per capita, a média mundial
de consumo é de 1,4 vezes o que a Terra poderia oferecer, ou seja, precisamos de 0,4 planeta Terra a mais para poder justificar os atuais padrões de consumo do mundo.
No Brasil, a média é de 1,1 e o grande consumidor mundial são os EUA, com 5,4 vezes", explicou Nogueira.
Com esse cenário, a grande meta é reduzir, reutilizar e reciclar. Nesse contexto, um banco que contabiliza 12 acessos por segundo ao seu portal mostra a importância e a influência que pode ter junto ao público. "Pensando nisso, em 2003, o Banco do Brasil compilou em um único documento a Agenda 21 da instituição, amplamente divulgada a todos os seus funcionários e calcada em três pilares: processo e gestão, investimento social e negócios sustentáveis", destacou o gerente da Unidade de Desenvolvimento Sustentável do BB.
Para Ricardo Flores, presidente da PREVI, é impossível dissociar a sustentabilidade da gestão empresarial. "Tanto o empreendedorismo como a sustentabilidade são fortemente ligados à natureza do negócio da PREVI, compatível com o pensamento de longo prazo. Por meio de seus investimentos, a PREVI acredita e apoia o crescimento de diversas empresas que têm contribuído de forma decisiva para a economia nacional"
Cenário macroeconômico nacional e internacional
O cenário da economia europeia foi abordado pelos analistas da diretoria de Planejamento da PREVI, Átila Belém e Victor Luis Vohryzek. Elevados déficits fiscais, alto e crescente estoque de dívida pública, déficits no balanço de pagamentos, significativa proporção da dívida detida por estrangeiros, elevado e rígido nível de gastos públicos, altos dispêndios com idosos e aposentados e economia pouco competitiva internacionalmente contribuíram para o que está acontecendo hoje na Grécia.
Inovação: um negócio como outro qualquer
"Inovação não se faz para coisas que vão acontecer daqui a dez anos. Para isso, se faz pesquisa e desenvolvimento. Inovação demanda entender o meio no qual se está, ou seja, demanda contexto. Ela muda comportamento, cria mercados e muda negócios. Vejam o exemplo do videocassete, que mudou a história do cinema e da distribuição de informação", esta foi uma das declarações do diretor presidente da Cesar Participações, Guilherme Cavalcante, sobre a importância de as empresas trabalharem a inovação no seu negócio. Para ele, a inovação demanda contexto e dinheiro e finaliza: "à medida que a empresa se torna inovadora, ela emite mais e melhores notas fiscais".
Venture Capital x Private Equity: semelhanças e diferenças
Rodrigo Nogueira, gerente geral da Unidade de Desenvolvimento Sustentável do Banco do Brasil: a grande meta é reduzir, reutilizar e reciclar. Pensando nisso, em 2003, o Banco do Brasil compilou em um único documento a Agenda 21 da instituição, calcada em três pilares: processo e gestão, investimento social e negócios sustentáveis
Identificar venture capital e private equity. Esse foi o tema da palestra do sócio fundador da FIR Capital, Marcus Regueira. Venture capital é um tipo de investimento privado no qual o investidor compra participação societária em empresas nas quais se enxergam possibilidades de crescimento exponencial. "Investimos em pessoas empreendedoras. No venture capital se investe em empresas nascentes e emergentes, que são aquelas com venda anual em torno de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões", explicou Regueira. Já o private equity é uma modalidade de fundo de investimento, no qual a compra de ações é voltada para negócios consolidados com boa geração de renda. No Brasil, a participação dessas modalidades ainda é tímida. "Nos Estados Unidos, Austrália e Europa, os fundos de pensão representam mais de 50% do investimento em private equity", afirmou.
Regueira acredita que private equity e venture capital terão papel fundamental nos investimentos em infraestrutura no Brasil nos próximos dez anos. Atualmente, a PREVI possui 11 Fundos de Investimentos em private equity e dois fundos em venture capital, totalizando, aproximadamente, R$ 766 milhões subscritos, 0,54% dos recursos garantidores de maio/2010. Do total subscrito, foram integralizados R$ 201,39 milhões até 31 de maio de 2010.
Inovação e empreendedorismo
Com a máxima: "inovação é qualquer coisa diferente de 'mais do mesmo'", Rochester Gomes da Costa, coordenador no Departamento de Capital Semente na área de investimentos da Finep, estimulou a reflexão sobre o tema. E propôs uma avaliação sobre o tipo de empresa, setores e investimentos que se podem realizar com os empreendedores natos que existem no Brasil. Ele destacou, ainda, que inovação nem sempre é tecnologia. "Às vezes é tecnologia vista de uma forma que você não imaginava. Nem sempre ela tem foco no mercado comercial como, por exemplo, a famosa colher medida que indica as doses necessárias para o soro caseiro. Simples, fácil, inovador e que tem uma função social. No entanto, em outros casos é, realmente, um modelo de negócio inovador", finalizou.
Sergio Weguelin, superintendente da Área de Meio Ambiente do BNDES: O palestrante lembrou que, atualmente, a geração de valor de uma empresa não está somente na governança, mas, também, com boas práticas socioambientais
BNDES: diretrizes socioambientais e instrumentos de apoio financeiro
"Hoje o mundo está saindo de uma crise, e um dos mecanismos para superar essa situação é fazer tal como foi feito na década de 30 (do século passado): investimento. Só que o New Deal atual é um New Deal Verde, ou seja, o mundo está investindo trilhões de dólares para reconfigurar a sua matriz industrial na direção de um padrão de baixo consumo de carbono", alertou Sergio Weguelin, superintendente da Área de Meio Ambiente do BNDES. O palestrante ainda lembrou que, atualmente, a geração de valor de uma empresa não está somente na governança, mas, também, com boas práticas socioambientais.
Projetos da PREVI para os conselheiros
Com cerca de 200 conselheiros presentes ao Encontro, o gerente executivo da diretoria de Participações da PREVI, Aloísio Macário, recapitulou as principais atividades e detalhou o processo de avaliação dos conselheiros. Macário falou sobre a participação em audiências públicas e a divulgação da maior e da menor remuneração dos executivos em empresas abertas. Outros temas expostos foram a participação na revisão da proposta do Novo Mercado e o ativismo dos acionistas com o objetivo de melhorar o desempenho das empresas.
Apresentações estão disponíveis no site da PREVI
Para saber mais sobre o Encontro de Conselheiros 2010, você pode acessar o conteúdo das apresentações no site da PREVI. A partir da página inicial, clique em Investimentos > Governança > Conselheiros. |