A atenção que o Brasil tem merecido da imprensa, de analistas e investidores
estrangeiros nunca foi tão grande. Não porque ganhamos um campeonato
mundial de futebol, vôlei ou Fórmula 1; pela beleza de nossas modelos;
pela devastação da Amazônia ou qualquer outro fato isolado. O motivo de
tamanha atenção está relacionado às perspectivas da economia brasileira,
que desponta como uma das mais promissoras em termos mundiais.
Em um resumo bem curtinho, o Brasil vem sendo bem avaliado pelos
seguintes atributos: estabilidade econômica com perspectivas de crescimento
sustentável; estabilidade política, com democracia consolidada
(ainda mais se comparado com os outros países emergentes); aumento da
renda e do mercado de consumo interno; boas regras de governança entre
as empresas; mercado de capitais maduro; empresas de padrão mundial;
postura de liderança internacional voltada para a paz e combate à pobreza.
Não são atributos que muitos países possam exibir ao mesmo tempo nos
dias de hoje. Apesar disso, internamente esta onda positiva que domina o
noticiário internacional sobre o Brasil ainda provoca diferentes reações. Para
alguns, nossas mazelas ainda são tão grandes e profundas que nada disso
faz muita diferença, e os elogios e as conquistas no cenário internacional
são vistos como brilho fugaz e de pouca importância.
Sem desmerecer a enorme agenda que temos pela frente – no sentido de
combater a pobreza e a violência, elevar o padrão da nossa política, construir
nossa infraestrutura, melhorar a regulação de muitos segmentos da economia,
reduzir juros e impostos, entre tantas outras coisas –, não dá para diminuir o
significado do atual momento do Brasil. E talvez mereça destaque, ainda, que
muitas de nossas conquistas foram obtidas com soluções e políticas originais,
superando a necessidade de copiar o que era feito lá fora ou seguir à risca
manuais e recomendações de órgãos como o famigerado FMI.
Como dizem alguns, devemos evitar o “complexo de vira-lata” que nos
faz sentir inferiores, tanto quanto o ufanismo de qualquer tipo. O fato é que
este cenário tem sido muito positivo para a PREVI, que vem recuperando
mais rapidamente que o previsto as perdas da crise em 2008. O cenário
ainda é de incerteza, mas bem diferente de quatro ou cinco meses atrás.
Falando em cenário, ainda estamos a cerca de três meses do final do ano,
mas alguns assuntos já começam a ocupar maior atenção nas nossas cabeças.
Muitas dúvidas e expectativas serão respondidas no devido tempo, até porque
medidas concretas só poderão ser tomadas dentro dos prazos e dos ritos
legais, mas é bom que todos saibam que esses temas não estão esquecidos,
ao contrário, muito trabalho em termos de estudo e preparação é feito antes
que as coisas possam se tornar realidade. Qual será o superávit do Plano 1? O
que poderá ser feito em termos de destinação? Como e em que condições será
aplicada a Resolução 26 ou teremos que aguardar novas decisões judiciais?
Qual o impacto da nova taxa de juros e tábua de mortalidade? Sabemos que
há perguntas e expectativas represadas, mas, se não podemos responder a
tudo agora, não pensem, por isso, que os assuntos estão esquecidos.
Um abraço, Sérgio Rosa |