Estou
entrando num time vencedor
O
novo diretor de Participações, Joilson Ferreira,
fala nesta entrevista dos objetivos e de como encontrou a PREVI desde
sua posse, em junho
Revista PREVI – Quais
são os planos e as metas para o seu mandato na diretoria de
Participações, que começou em junho
deste ano?
Joilson
Ferreira – É difícil falar
em metas individuais quando se chega a um lugar em que as coisas
estão dando muito certo. Estou entrando num time vencedor. O
superávit traduz isso de forma muito clara. E um time coeso
na gestão. Na área de
participações, a gente chega com
vários conflitos resolvidos ou a caminho de resolver, muitas
ações com resultados práticos na
valorização e defesa de nossos ativos. Num
momento em que o PREVI Futuro atinge R$ 1 bilhão.
Daí aumenta a responsabilidade. Agora é
necessário olhar detalhes para possíveis ajustes
e, com mais atenção, alguns investimentos e
empreendimentos, buscando novos caminhos ou seguir os mesmos com um
pouco mais de atenção. Estou num processo de
analisar o que está indo bem e o que é
possível melhorar.
Revista
– Ter trabalhado antes na PREVI faz diferença?
Joilson
– Sim e não. Nesses quatro anos em
que fiquei distante da PREVI muita coisa mudou e é
necessário cuidado até para não trazer
aquela visão anterior e achar que ela está atual.
Nesse período de tempo uma entidade do tamanho da PREVI muda
muito. A vantagem é que conheço muitos processos
e investimentos e muitas pessoas de minha passagem anterior, na
diretoria e na assessoria. Obviamente, isso facilita.
Revista
– A PREVI é hoje uma referência em
governança corporativa?
Joilson
– Não tenho dúvida. A
visão que tinha um mês atrás,
não estando aqui, era positiva, como a do conjunto dos
associados. Mas aqui dá para ver melhor. Há
critérios para seleção, processo de
treinamento de altíssimo nível. Como o que
aconteceu no encontro de conselheiros na Costa do Sauípe,
com a presença de profissionais como o ex-presidente do
Banco Central Carlos Langoni, do Marcio Pochmann, presidente do Ipea,
do José Santos, do Insead, da França.
São poucos os eventos de treinamento com tanta
expressão do lado teórico junto com pessoas que
vivem a prática, como o presidente da Vale, o
vice-presidente da Embraer, o presidente da ALL.
Revista
– Como o senhor vê o papel dos conselheiros da
PREVI na gestão dos investimentos?
Joilson
– Eles têm um papel fundamental
de nos alertar de problemas, de grandes projetos, de riscos
dos ativos. É uma vantagem ter esse relacionamento estreito,
mesmo ressalvando que o conselheiro tem sua independência
após eleito e deve defender o interesse da empresa. O fato
de manter essa comunicação e troca de
informações é positiva para os dois
lados, porque o conselheiro ganha conhecimento e treinamento e ao mesmo
tempo a PREVI passa a ter um olhar mais atento aos investimentos.
Revista
– E a militância pelo Proxy Statement?
Joilson
– É necessário primeiro
explicar o que é isso. De maneira simplificada, é
um manual de participação em
assembléias de empresas. O processo de
participação numa assembléia
é muito complexo, envolve a tomada de decisão
muito antes. Obviamente que você precisa ter o maior
número de informações
disponíveis para votar adequadamente. Esse manual
é um pouco isso. O investidor minoritário quer
participar, contribuir para a empresa, mas para isso existe uma forma
que deve ser seguida. O trabalho é aprimorar isso, porque
você só garante uma discussão de
qualidade se seguir determinados padrões.
Revista
– Além da
preocupação com gestão, como
estão os debates sobre responsabilidade socioambiental?
Joilson
– Também estão bastante
avançados. Cheguei aqui com a PREVI encerrando um processo
de estruturação dessas
ações não só para o
público interno, mas com a preocupação
de levar para as empresas participadas, como indutora. Tem um trabalho
já finalizado, identificando as áreas em que
podemos ter atuação. É uma
reflexão que vamos fazer de maneira bem aprofundada. Faz
parte de nossa agenda prioritária. Existe grande
espaço para crescimento. A PREVI também participa
de uma iniciativa reconhecida da ONU, que é o PRI, um
instrumento muito importante. Estamos num momento rico
também nessa área, incorporando o assunto na
nossa agenda, buscando estruturar nossa ação. Com
a preocupação de olhar o todo, o meio ambiente, a
sociedade, não apenas nossos interesses mais imediatos.
Revista
– A PREVI está envolvida em processos de
reestruturação de empresas, o que se pode falar
sobre isso?
Joilson
– O relevante é que a PREVI adota uma
postura de acionista ativo. Temos liderado diversos processos de
reestruturação. Exemplo é o da Brasil
Ferrovias, em que trocamos ações e hoje somos
sócios da ALL, agregando valor para a empresa e para a
PREVI. Temos em andamento o processo da Paranapanema, em que
praticamente resolvemos a questão da dívida da
holding num acordo e creio que será também um
marco. Há um processo parecido na Kepler, que de quase
falimentar está hoje preparada para liderar seu mercado.
Revista
– No dia a dia todos têm contato com
empresas em que a PREVI detém
participação e nem sempre se dão
conta. Como é lidar com companhias em praticamente todos os
setores da economia?
Joilson
– Há um ponto muito importante que
é pouco abordado quando se fala da
atuação da PREVI, que é a
consolidação das empresas brasileiras. Existe
hoje um mercado de capitais bastante avançado no
País, com a bolsa de valores podendo ser comparada
às maiores do mundo. Quando a PREVI começou a
investir era um mercado pequeno e pouco desenvolvido. De vez em quando
alguém fala de um investimento que não deu certo,
mas esquece de olhar que a grande maioria, acima de 95%, deu muito
certo. Algumas das empresas que hoje têm reconhecimento do
mercado passaram por momentos difíceis, mas a PREVI deu
suporte. Como, por exemplo, a Perdigão e a Embraer. Hoje
são casos de sucesso, mas a gente estava lá desde
o início.
Revista
– E como está a carteira
imobiliária da PREVI?
Joilson
– Temos uma carteira muito importante, que gera
também bastante receita, com patrimônio de quase
R$ 3 bilhões, maior que o de muitas
fundações. E esse é um mercado que vem
crescendo com o bom momento vivido pelo país. Há
grande demanda por imóveis de bom padrão. Em
São Paulo e no Rio de Janeiro, por exemplo, nossa
vacância é próxima do zero. A gente
está num momento muito bom do País, com Grau de
Investimento, queda no desemprego, crescimento econômico. No
caso do setor imobiliário isso se traduz em
vacância muito pequena, aluguéis que
dão bom retorno, shoppings lotados.
Revista
– Alguma mensagem para os participantes?
Joilson
– O que posso dizer é que os ativos
garantidores de nossa aposentadoria estão muito bem
cuidados. A PREVI tem uma equipe de altíssimo
nível, com profissionais reconhecidos no mercado e com a
vantagem de serem também associados e terem um carinho maior
na defesa da PREVI. Essa equipe é que nos garante uma boa
gestão. A mensagem que posso passar para o participante
é que sempre é possível melhorar, mas
já temos hoje uma grande equipe para garantir nossos
recursos. Para mim, pessoalmente, é uma grande honra
participar de um time que, creio, é um dos melhores que
podemos formar.
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