|nº 134| Jul 08

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Desafio de superar o realizado

O diretor eleito de Seguridade, José Ricardo Sasseron, fala nesta entrevista sobre o resultado eleitoral, as negociações para utilização do superávit e da situação dos Planos de Benefícios da PREVI

José Ricardo Sasseron foi eleito para novo mandato na Diretoria de Seguridade neste ano. Entre os desafios que aponta para o próximo período estão a negociação de mais benefícios e a manutenção da qualidade de gestão. “O grande desafio é continuar na linha que estamos, com gestão dos investimentos marcada pela busca do menor risco possível com a melhor rentabilidade. Sobre os Planos, temos como meta a melhora contínua, tanto em relação a benefícios quanto a produtos oferecidos”, diz. Veja abaixo os principais trechos da entrevista.

Revista PREVI – A expressiva votação que a Chapa Competência, Segurança e Mais Benefícios recebeu dos participantes lhe confere uma motivação adicional para este segundo mandato?
José Ricardo Sasseron – Sem dúvida, encaro a votação como um reconhecimento pela situação atual da PREVI e pelo trabalho que vem sendo desenvolvido no último período. Não só da diretoria de Seguridade, mas de toda a direção e funcionários da PREVI, que desenvolvem um trabalho sério de gestão dos ativos, e levam o resultado dos investimentos a ficar muito acima da meta atuarial. É um reconhecimento, também, a uma série de medidas de melhorias de benefícios, suspensão de contribuições e outros temas ligados à diretoria de Seguridade, tais como Carim, Empréstimo Simples, Capec. Mas, além do reconhecimento, vem junto o desafio de superar o já realizado.

Revista – Falando em desafio, uma das palavras-chave de sua campanha foi “mais”: mais benefícios, mais transparência, mais rentabilidade. Quais as prioridades no Plano 1?
Sasseron – No Plano 1 tivemos nos últimos três anos duas negociações envolvendo o superávit, primeiro com os processos dos sindicatos a respeito do Fundo Paridade, que resultaram na redução da Parcela PREVI. Depois, as negociações envolvendo o superávit, no ano passado. No Plano 1, o principal desafio é continuar esse processo de melhoria de benefícios utilizando os recursos do superávit. O nome da chapa também trazia a palavra segurança, uma das maiores preocupações de nosso participante: a garantia de que vai receber seu benefício pelo resto da vida.

Revista – A questão do superávit está na cabeça de todos os participantes do Plano 1. Como estão as discussões para sua utilização? Qual a agenda?
Sasseron – As negociações nos últimos anos têm sido encaminhadas junto ao Banco pelos dirigentes eleitos em conjunto com comissão de negociação coordenada pela Comissão de Empresa dos Funcionários do BB e representação de aposentados. Já houve duas negociações a respeito e a expectativa é que tenham continuidade para resolver isso o mais rapidamente possível e contemplar as expectativas dos associados. A Diretoria de Seguridade tem apresentado propostas de melhorias de benefícios e realiza todas as simulações e cálculos necessários. Além disso, temos recebido também muitas sugestões de participantes e entidades representativas.

Revista – É possível adiantar alguma proposta que será levada à mesa para discussão?
Sasseron – A comissão de negociação já levou algumas propostas ao Banco do Brasil, como reajuste extraordinário com patamar mínimo de R$ 500, melhoria do valor das pensões, aumento do teto para 100%, pagamento de um abono de um benefício para os aposentados, antecipada para as mulheres aos 45 anos. Estas demandas foram postas na mesa de negociação.

Revista – E quais as prioridades para o PREVI Futuro, que já tem mais participantes na ativa do que o Plano 1?
Sasseron – O PREVI Futuro tem algumas pendências, como as alterações do Regulamento que já foram remetidas à Secretaria de Previdência Complementar (SPC) no final de 2005, mas que ainda dependem da aprovação daquele órgão para serem implantadas. Por exemplo: introduzir a portabilidade; facilitar o retorno ao plano de associados que se desligaram dele, mas continuam no Banco; a aposentadoria antecipada aos 50 anos para aqueles que ainda não completaram o tempo de INSS; a utilização, pelos ex-participantes, das contribuições patronais para abater dívidas que tenham com a PREVI. Outra questão fundamental é aumentar o nível de adesão: hoje, 86% dos admitidos pós-98 já são associados da PREVI, mas queremos aumentar esse percentual, para evitar que haja colegas sem cobertura previdenciária.

Revista – No PREVI Futuro há novidades como o Financiamento Imobiliário. O que se pode esperar a mais?
Sasseron – O Financiamento Imobiliário terá início em agosto, em atendimento a antiga demanda dos associados. Mas os recursos disponíveis são limitados porque a legislação nos permite emprestar no máximo 15% dos recursos do plano aos participantes e temos hoje no PREVI Futuro 11,5% utilizados com Empréstimo Simples – há, portanto, uma margem de até 3,5%. Os encargos que a PREVI cobra são o mínimo previsto na legislação – INPC mais 5,75% ao ano, a taxa atuarial do plano PREVI Futuro.
Estamos trabalhando para que, em 2009, seja possível o associado escolher o perfil de investimento de seu saldo de conta e definir o percentual de renda variável que deseja para a aplicação de suas reservas. Há outras questões, tais como a redução da Parcela PREVI, com o conseqüente aumento nos benefícios de pensão ou de aposentadoria por invalidez. A chapa pela qual concorri defende que o ex-participante possa resgatar as contribuições patronais e a extinção da idade mínima para aposentadoria.

Revista – E sobre a taxa de administração do PREVI Futuro, que foi questionada na época da eleição, já que repercute no valor recebido na aposentadoria?
Sasseron – Em plano de contribuição variável como o PREVI Futuro, reduzir a taxa de administração significa aumentar o saldo de conta do participante, permitindo maior benefício no futuro. O que posso dizer sobre isso é que a PREVI já fez diversos comparativos e nossa taxa, de fato, é menor que a de vários outros planos. Apesar desse dado, fazemos estudos constantes para verificar a possibilidade de adequação dessa taxa. Como exemplo dessa iniciativa, acabamos de reduzir a taxa de administração do Empréstimo Simples nos dois planos, em decorrência desses estudos. A intenção é tratar desse tema permanentemente.

Revista – Alguma mensagem para os participantes do Plano 1 e do PREVI Futuro?
Sasseron – No Plano 1, o fundamental é que temos segurança neste momento de que o associado vai receber seu benefício o resto da vida. O importante é que a PREVI continue com uma administração séria e transparente para dar essa segurança. Em relação ao PREVI Futuro, que tem dez anos de existência, neste momento precisamos trabalhar para que se torne um plano cada vez melhor para seus participantes. Quero agradecer, em nome de todos os integrantes da Chapa, o voto de confiança recebido nas eleições e reafirmar nosso compromisso de buscar incessantemente melhorias para os participantes.