Histórias de toda uma vida |
Homenagem no dia
oficial dos aposentados,
da esq. para a dir., Renato
Chaves, diretor de
Participações da PREVI,
Odali, Anete, Ubaldo e
Francisco Alexandre,
diretor de Administração
|
PREVI e entidades de previdência privada prestam homenagem a associados, que têm histórias de dedicação e amizade no BB e na PREVI, como as de Anete, Odali e Ubaldo
Anete, Odali, Ubaldo. O que eles têm em comum? Uma história de vida como a de milhares de outros aposentados do Banco do Brasil e associados da PREVI. Passaram em concursos, construíram carreiras, com dignidade, e hoje estão aposentados, mas muito ativos. |
Anete é voluntária no Instituto Nacional do Câncer, (Inca), onde começou a trabalhar depois de enfrentar um drama pessoal. Odali veio do Norte do País, construiu sua carreira no Banco e hoje é presidente da AABB-Rio e da AAFBB. Ubaldo seguiu o exemplo dos colegas, estudou, desenvolveu-se desde que ingressou no quadro de portaria. Chegou a gerente de agência, foi eleito presidente da AABB-SP, para o Conselho Fiscal da PREVI, do qual também tornou-se presidente, e mantém inúmeras atividades.
Três personagens que não tiveram a oportunidade de trabalhar juntos, mas que foram reunidos na comemoração do dia oficial dos aposentados, em 24 de janeiro. Por intermédio deles, a PREVI prestou homenagem a todos os seus aposentados, cerca de 60 mil pessoas. A cerimônia foi promovida pelo Instituto Cultural de Seguridade Social (ICSS), a Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) e o Sindicato Nacional das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Sindapp).
E a homenagem continua com parte das histórias de suas vidas sendo contadas nesta Revista. Histórias que se misturaram com as dos colegas com que trabalharam, que hoje estão aposentados ou ainda na ativa. Histórias de milhares de pessoas que ajudaram a construir a PREVI e outras entidades do funcionalismo.
Uma virada na vida de Anete
Anete de Magalhães Lopes tomou posse no BB em 1977, no departamento que gerenciava o Pasep, que nem existe mais. Um ano depois começou a trabalhar na área internacional, em que ficou até 1984. Dessa época diz que o que mais gostava era o contato com as agências externas. Depois, achou que tinha de conhecer as agências. “As pessoas às vezes têm medo de ir, mas foi na agência que me encontrei”, diz.
A primeira foi na Agência Centro Rio, na área de Câmbio, até 1994. Depois, passou para a Agência Petrobras, Agência Botafogo. Dessa época, destaca que, sempre, o mais importante era o contato com os funcionários: “pessoas muito especiais”, e o contato com o público, pois trabalhar numa agência de rua é diferente, pelo contato com as “pessoinhas”. “Mas, para mim, os funcionários são a base de tudo, em todos os lugares deixei grandes amigos”, afirma. Em 2000, passou a ser gerente do núcleo administrativo de mercado de capitais na Dimec. |
Anete em sua
sala de trabalho
no Inca |
Mas a virada na vida de Anete aconteceu em 2003, depois de um drama pessoal. “Fiquei muito doente, tive uma bactéria no pulmão, acabei internada por 36 dias, sendo 18 na UTI, em coma. Aí minha vida mudou, mudei de conceitos.” Apesar do carinho e da força dos colegas, saiu do hospital deprimida, tirou folgas e decidiu se aposentar e começar uma nova fase na vida. A opção foi inscrever-se como voluntária no Instituto Nacional do Câncer, Inca. “Não quis continuar a trabalhar e receber por isso, queria retribuir tudo o que tive, e cada vez me apego mais a esse trabalho. Hoje me encontrei”, emociona-se.
Se alguém imagina que a vida ficou mais tranqüila depois da aposentadoria, Anete diz que foi ao contrário. Cuida do cadastro de 600 voluntários, da captação de recursos e organiza eventos. “Tenho até mais metas que na agência”, brinca. “No final do trabalho no Banco estava muito triste, mas hoje estou muito contente com o que estou fazendo.” E seu entusiasmo já contagiou duas colegas, que já estão no Inca e outra deve ir logo. “A mão-de-obra do BB está valorizada, eles querem que eu traga muito mais colegas”, brinca. Odali, do Colégio Marista para o BB
A vida de Odali Dias Cardoso no BB começa quando, ainda aluno do Colégio Marista em Breves, Pará, fez concurso para auxiliar de escrita. Tomou posse em 1971 em Marajó, onde trabalhou por dois anos. A saída ocorreu quando foi fazer curso de Caixa Executivo em Brasília. Daí foi para a Agência Metropolitana Cinelândia (RJ) e começou a fazer faculdade de Economia. Depois, entrou na Carteira de Comércio Exterior (Cacex), do Banco, em que ficou até a extinção do setor na década de 1990.
Quando o departamento acabou, começou a nova vida. Candidatou-se pela primeira vez à presidência da AABB-Rio e foi eleito. “Encontrei aqui um trabalho agradável, fazia amigos de manhã, de tarde e de noite. Gostava do que fazia e as pessoas, de mim”, afirma. Depois, ainda foi convidado para cargos de gerente em agências, mas resolveu ficar na AABB.
Sobre o trabalho, diz que desde a primeira eleição, a diretoria e os associados partiram para reconstruir o clube. Fala também que a reconstrução foi feita com recursos próprios.
Depois de 15 anos na AABB-RJ, em que continua até hoje, assumiu a presidência da Associação dos Antigos Funcionários do Banco do Brasil (AAFBB), que afirma ter sido a primeira entidade voltada para os aposentados no País. |
Odali Cardoso,
na AABB-RJ |
Hoje, falando do passado, Odali afirma que desde que deixou o colégio em sua terra natal para trabalhar nunca se arrependeu das opções que fez. “Nunca saí do Banco, da PREVI, da Cassi, de nossas entidades. Sempre trabalhei a serviço delas”, afirma.
O desenvolvimento de Ubaldo no BB
Ubaldo Evangelista Neto passou no concurso em 1967 e entrou para o quadro de auxiliar de portaria na Agência Nossa Senhora da Lapa (SP). Antes, trabalhara como lavrador, operário (tecelão), auxiliar de escritório. No BB, seguiu carreira como auxiliar de supervisão, supervisor, gerente de atendimento e gerente geral.
Da época em que entrou, lembra do coleguismo, da amizade e da cultura das pessoas. “Elas amavam o Banco e nossas entidades. Preocupavam-se em estudar, o que me deu ânimo para também me desenvolver mais”, afirma. Com isso, fez madureza (supletivo) para concluir os estudos até se formar em Direito.
A ligação às entidades se materializou no trabalho na AABB-SP. Primeiro como diretor de uma unidade, depois no Conselho Deliberativo, vice-presidente de relações públicas, vice-presidente administrativo, presidente do Conselho de administração e, finalmente, do Conselho Deliberativo. Já na PREVI, Ubaldo foi eleito para o Conselho Fiscal, do qual foi presidente. “Esses espaços foram importantes para conhecer pessoas e ganhar mais experiência administrativa”, diz.
Ele recorda, por exemplo, que quando entrou na AABB a situação financeira era delicada e um das primeiras medidas foi sanear o déficit existente. |
Ubaldo na AABB-SP |
Em sua atuação no Conselho Fiscal da PREVI, diz que a tentativa foi sempre ajudar a Diretoria Executiva em seu trabalho, além de fiscalizar, é claro. “Isso é muito importante, porque as pessoas eleitas são representantes diretas dos associados e o Conselho Fiscal é onde todos podem fazer sugestões, críticas, pedir explicações, acompanhar reivindicações”, diz.
Além da atuação na AABB-SP e na PREVI, é também diretor de Relações Comunitárias do Satélite Clube, vice-presidente de Relações Comunitárias do Sindiclube, gerente da Cooperforte no Estado de São Paulo, e presidente do Conselho Fiscal da CPFL paulista. Sobre a homenagem que recebeu no Dia do Aposentado, Ubaldo diz que tem de ser estendida a todos que conheceu nessa empreitada de 40 anos no Banco. |